sábado, 28 de novembro de 2009

catando a vinda

venha de um jeito qualquer que seja sincero, sorrindo ou chorando, venha banhado com o allure, venha pra beber uma cerveja ou um leite de soja, venha assim, de bermuda e chinelo, ou venha ensacado de uma reunião importante, venha com a barba por fazer eternamente, venha para instalar um programa no meu computador, venha estressado pedindo uma massagem, venha pra dançar a noite inteira, venha com dor de cabeça, venha pra assistir um filme repetido, uma sessão de vídeos do youtube ou o jogo do sport, venha reclamando do calor, venha morrendo de sono, venha morrendo de fome, venha trazendo trabalho, só não deixe de vir.

(homenagem aos 2 meses de vindas felizes)

pronto, catei.
Cata S.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

catando conexões

em 1950 e tantos, meus avós decidiram sair do Ceará e morar em Recife, no bairro de Casa Amarela, na rua Conselheiro Peretti, foi onde minha mãe ainda criança conheceu as melhores amigas dela, amizade de infância que levou pra fase adulta, e entre vários programas que faziam juntas, um deles era passar o verão na casa de praia de uma delas, num desses verões, eu já nascida, mocinha de 14 anos, também fui, era 1998, tive um namorico de 15 dias com o vizinho da casa de praia, e foi quando conheci a prima dele, que passaria a ser minha amiga, e futura colega de profissão, na qual trabalharíamos juntas, eu como agência e ela como cliente, projeto vai, projeto vem, veio um aperto de mão, um cappucino, um cartão de visita, um msn, um delta experience, um halls black, e hoje eu me peguei agradecendo aos meus avós por virem morar na rua Conselheiro Peretti.

eu acho provável que eles fizeram de caso pensado pra ver a neta feliz.

pronto, catei.
Cata S.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

catando culpa

nunca doei sangue, nunca fui voluntária, nunca dei 10% do meu salário pra igreja, nunca ajudei um velhinho a atravessar a rua, nunca dei a patola do meu carangueijo pra alguém, nunca dei o salzinho do final do meu pipos, nunca abri mão da minha cama pra visitas, nunca fui a um bazar beneficente, nunca comprei livro de poesias dos frustrados da rua da moeda, nunca encaminhei e-mail com foto de criança sequestrada, nunca emprestei um vestido da madame surtô, nunca levei uma ecobag pro supermercado, nunca tive pena da loira da uniban.

mas mesmo não sendo um exemplo de pessoa, a vida não economizou em bondade comigo.

eu colho mais do que planto e isso não é justo.

pronto, catei.
Cata S.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

catando tudo

tudo o que eu tenho a aprender, tudo o que eu tenho a plantar, tudo o que eu tenho a podar, tudo o que eu tenho a dizer, tudo o que eu tenho a guardar, tudo o que eu tenho a sonhar, tudo o que eu tenho a dormir, tudo o que eu tenho a esquecer, tudo o que eu tenho a sorrir, tudo o que eu tenho chorar, tudo o que eu tenho a correr, tudo o que eu tenho a esperar, tudo o que eu tenho ler, tudo o que eu tenho a escrever, tudo o que eu tenho a ouvir, tudo o que eu tenho a ver, tudo o que eu tenho a comer, tudo o que eu tenho a sentir, tudo o que eu tenho a conhecer, tudo o que eu tenho a re-conhecer, tudo o que eu tenho a dançar, tudo o que eu tenho a amar, tudo o que tenho a odiar, tudo o que eu tenho a agradecer, mas nada tenho a lamentar.

serei, somente.

pronto, catei.
Cata S.