catando iki

cheguei em casa hoje e recebi uma notícia bastante triste: iki se foi.
pra quem não conhece iki, ele era (ai, que estranho o "era") o irmão peludo da família pinho souto.
um cocker spaniel fedido, antipático, mal-educado, cheio de carrapatos.
esteve conosco por 15 anos, imagina-se o que ele passou com a gente.
várias alegrias, tristezas, mudanças.
mas a verdade é que nunca fui muito apegada a ele, exceto quando ele era filhote, claro (o mais lindo que já vi - diga-se de passagem, que tropeçava nas orelhas maiores que as patas, own...).
acho que por eu ser muito meio fresca e ele soltava aquele cheiro característico da raça que eu não suportava. não conseguia passar muito tempo com ele, nem ficar de chamego.
criamos uma distância um do outro.
distância tal que ele parava exatamente na linha entre a porta do meu quarto e o corredor. por puro respeito.

há uns 4 meses atrás, fui ver marley e eu.
a história do "pior cachorro do mundo".
eu me vi em plenitude dentro do filme.
bateu aquele arrependimento de não ter curtido mais ao lado daquele amigo.
ele já tava malzinho. cego, surdo, andando com dificuldade.
antes mesmo dele ir, já tava batendo a saudade, o sentimento de oportunidade perdida e culpa por não ter sido uma irmã melhor pra ele.
mas o que importa é que a gente se amou e se respeitou.
o que importa é que ele abanava o rabo ao me ver chegar em casa.
o que importa é que ele vinha pra junto quando me via chorar.

scar rocajo da baviera, ou melhor, iki pinho de souto lima, você vai ficar no meu porta-retrato pra sempre.
que o céu dos cachorros te receba de braços abertos.
não esqueça da gente.
a gata também tá mandando um beijo. (você sabe, foste o único amor da vida dela, tanto que a tadinha tá virgem até hoje esperando você dar bola pra ela).

pronto, catei.
Cata S.