quarta-feira, 14 de outubro de 2009

catando espera

cheguei às 14h em ponto, pontualíssima.
pedi logo um café, porque essa hora pós-almoço todos sabem, nosso corpo pede o fechar dos olhos.
às 14h15, pedi meu segundo café. o primeiro não havia sido suficiente para aliviar o ardor nos olhos sonolentos.
às 14h16, pensei que o limite da tolerância dos 15 minutos já havia passado.
a partir dali já era falta de educação, segundo qualquer código de etiqueta.
às 14h30, eu já tinha ligado pra todo mundo que podia ligar, tinha pautado as atividades do resto do dia, pensado na vida. não me restava mais nada.
nessas horas, você lembra da promessa de carregar um livro na bolsa.
mas se distrair não era a questão.
e ai, comecei a ficar um pouco impaciente.
você, durante uma espera, é obrigado a não fazer nada enquanto lá fora se tem um mundo de coisas pra fazer e algumas que simplesmente não podem esperar.
às 14h34, eu já tinha perdido, enfim, a paciência.
às 14h38, me questionei até que ponto vai a falta de respeito de alguém ao te deixar numa sala gelada esperando 38 minutos sabendo que sua vida não se resume àquilo.
mas ok. vou esperar mais um pouco, quem sabe até às 15h.
passei mais alguns minutos observando aquele lugar pela enésima vez.
o quadro horrível na parede era o que conseguia me distrair por alguns segundos.
alguns passos e vozes também me davam forças para estar ali, e pensava "finalmente a espera acabou". mas não, eram apenas vultos de alguém que não era pra ser.
até que às 14h45 cheguei no meu limite e educadamente, perguntei se iria demorar mais, afinal, eu precisava viver minha vida. foi quando eu ouvi a tão temida resposta:
mil desculpas, você pode voltar mais tarde?

pronto, catei.
Cata S.