domingo, 30 de março de 2008

catando rapidinhas

gustavo e eu, chegando em casa, estacionando o carro na rua.

o porteiro do prédio chega perto e diz:
- olha, cuidado, não estacione embaixo do poste, porque quando chove muito, o dispositor de energia explode, e pode furar o capô do teu carro, como furou o capô daquele carro ali.
- eita, é mesmo? vou mudar de lugar, é melhor. - disse gusta.
- é, a Celpe paga, mas você sabe né? é muita democracia. - disse o porteiro.
- é. (¬¬ é muita "democracia"). - pensou gusta.

longe de mim humilhar a classe mais humilde, afinal, como já é de conhecimento dos meus leitores, pessoas com curso superior, também podem sofrer de dislexia.
só pra exemplificar, numa conversa de almoço dia dessas, Naná foi capaz de soltar essa:

- porque a faixa etária da mulher brasileira é essa, entre 1m60 e 1m64.

é. eles nos divertem.

au revoir,
Cata S.

quinta-feira, 27 de março de 2008

catando sonhos

já sonhei em ser paquita, astrônoma, patinadora artística (no gelo), atriz, atleta de nado sincronizado e backing vocal dos guns n' roses.
até eu aprender o sentido do sonhar, posso dizer que fui uma criança frustrada.

aos 12 anos mais ou menos, vendo meu irmão tocar, aprendi a soltar um som no violão.
até música compus nessa época.
decidi. vou ser cantora e compositora.
mas minha voz deixava a desejar e meus dedos eram pequenos demais pra fazer pestana.

aí comecei a dançar. pronto. me achei.
quero ser bailarina forever and ever, amém.
ballet clássico ou dança irlandesa?
se forma no primeiro e se especializa no segundo.
mas... vai que meu joelho me decepciona. e depois de velha?
tinha que fazer alguma faculdade de garantia.
(na verdade verdadeira, não iria esfaquear meus pais e dizer: "pai, mãe, vou largar os estudos e ser bailarina!"). cheguei perto. mas faltou a coragem.

na lista de cursos, escolhi publicidade. é legal. quase uma brincadeira.
comecei a faculdade.
quero ser diretora de arte.
não, redatora é que é massa.
cheguei na cadeira de mídia. GRP, target, alcance, frequência.
po, massa. ser mídia ia ser uma boa.
nessa época já estagiava em atendimento.
a idéia de ser dona dos argumentos, de centralizar tudo, legal.
permaneci e fui (sou) feliz.
foi quando ganhei meu primeiro $ por próprio suor e tomei um gosto especial pela coisa.
me formei sem perder uma cadeira sequer.

antes de se formar, já rolava a idéia entre colegas de turma: vamos abrir uma agência juntas?
pronto. além de publicitária, me tornei empresária.
o bônus: ser autônoma e chefe de si mesma.
o ônus: lidar com burocracias.
aprendi coisas como contrato social, folha de pagamento, balanço contábil, tributos.
aprendi a admitir e demitir pessoal.
aprendi a lidar com mais um sócio: o governo.
aprendi a pensar em missão, visão e valores.
foi quando eu descobri o prazer de um sonho que deixa de ser sonho e passa a ser realidade.

esqueci de contar que minha mãe costura.
eu a via transformando metros e metros de panos em roupas. era mágico!
pensei: posso fazer o que eu quiser!
é só ir ali nas casas zé araújo, ver as estampas, imaginar o modelo.
bem que eu poderia deixar tudo e ser estilista.
cá entre nós, já foram dezenas de peças lindas de morrer.
adoro quando perguntam: onde você comprou esse vestido lindo?
toda metida, eu respondo: "eu que fiz". he he

de 1 ano pra cá, sem tempo pra dançar, aprendi que correr é maravilhoso.
qualquer hora, qualquer lugar, põe o tênis e vai, vai, vai, morre, caminha, vai, vai.
pensamento voa longe.
tá, tá bom. não é tão prazeroso como o plié.
mas também faz perder calorias e tonifica pernas, bumbum e barriga.

de 5 meses pra cá descobri o prazer de ser uma blogger.
se me deixar aqui não paro.
é o prazer de ser lida.
e fala sério, tenho um certo talento vai? (senão, você não teria lido até aqui).

onde eu quero chegar?
descubram novos prazeres.
ou pelo menos, descubram o prazer de sonhar.
o que realizar é lucro.

au revoir,
Cata S.

domingo, 23 de março de 2008

catando sensacionalismo

gente do céu, já viram Irreversível?
filme francês de 2002, dirigido por um tal de Gaspar Noé, com Monica Bellucci (a Maria Madalena do filme Paixão de Cristo, de Mel Gibson).
já tinha ouvido falar muito, mas nunca tinha dado importância.
aí numa tarde chuvosa deste feriado, parei pra ver.

fiquei cho-ca-da.
especialmente com 2 cenas específicas.


primeiro um cara esmaga a cabeça de outro com um extintor de incêndio, em cena close.
você vê o sangue, dentes indo embora, depois a cabeça começa a afundar, depois a massa encefálica cospe na câmera. uns dois minutos nisso.
a raiva que temos do mundo inteiro vai embora.

a outra cena são os quase 10 minutos de estupro na pobre Monica.
você sofre com ela.
aí passamos a entender porque surge a vontade de esmagar o cérebro de um sujeito com um extintor de incêndio.

resumindo, é irreversível mesmo.
não dá pra recuperar o que foi perdido.

tá aqui a indicação. vejam o filme.
é sensacionalismo proposital e inteligente.
é chocante? é.
dói bastante.
incomoda, mas faz pensar.

au revoir,
Cata S.

quinta-feira, 20 de março de 2008

catando naturalidade

aqui vos fala uma pessoa abusada da falta de naturalidade dos seres.
o recado que eu tenho a dar é: não se esforce tanto.

não se esforce tanto pra ser feliz.
não se esforce tanto pra ser bom.
não se esforce tanto pra ser moderno.
não se esforce tanto pra ganhar dinheiro.
não se esforce tanto pra ser bonito.
não se esforce tanto pra ser inteligente.
não se esforce tanto pra ser paciente.
não se esforce tanto pra andar na moda.
não se esforce tanto pra ser legal.
não se esforce tanto pra ser atraente.
não se esforce tanto pra conquistar simpatia.
não se esforce tanto pra ser decente.
não se esforce tanto pra ser engraçado.
não se esforce tanto pra ser bom filho.
não se esforce tanto pra ser bom pai.
não se esforce tanto pra ser boa mãe.
não se esforce tanto pra ser bom amigo.
não se esforce tanto pra ser bom namorado.
não se esforce tanto pra esconder seus podres.
não se esforce tanto pra ter fé.
não se esforce tanto pra ser bom profissional.
não se esforce tanto pra ser santo.
não se esforce tanto pra ser esperto.
não se esforce tanto pra ser saudável.
não se esforce tanto pra fazer amigos.
não se esforce tanto pra manter os amigos.
não se esforce tanto pra amar.

quando a gente se esforça demais, tudo acaba ficando forçado.

mas se esforce muito, o máximo que pode, pra ser natural.
é a coisa mais linda e mais rara do mundo.

au revoir,
Cata S.

quarta-feira, 19 de março de 2008

catando uma boa páscoa

depois que a gente cresce muita coisa perde a graça.
uma delas é a Páscoa.
foi-se a época que na noite mágica do sábado, colocávamos um ninho de jornal embaixo da cama e o "coelhinho" deixava lá nosso ovo preferido enquanto dormíamos.
na manhã seguinte, era a festa de primos abrindo ovos, se lambuzando, aquela farra.

hoje em dia, peço que ninguém que me dê ovos de páscoa.
é muita caloria pra gastar depois, ai depois vai faltar tempo pra correr, vou acabar brigando com a balança.
essas coisas de quem cresce e se torna um idiota.

a boa Páscoa pra mim vai ser dormir até mais tarde um dia a mais e curtir a praia.
crianças, magrelos e desencanados, aproveitem por mim.

au revoir,
Cata S.

terça-feira, 18 de março de 2008

catando a segunda-feira perfeita

acorda às 7h30 da manhã.
5 minutos se esticando na cama para alongar todos os músculos, colocar os ossos no lugar.
põe aquela musiquinha alto astral, num volume médio.
vai até a janela e faz a saudação ao sol.
toma aquele banho pra acordar até a mitocôndria.
ritual de beleza: uma geral na pele, rosto, unhas, sobrancelha.
com que roupa eu vou?
vai até a cozinha, toma um suco de laranja, come uma banana e uma fatia de pão assado com queijo polenguinho.
escova os dentes, faz uma make simples, finaliza o look.
sai às 8h30.
trânsito tranquilo, música legal tocando no carro.
em 25 minutos chega na agência.
checa os e-mails, algum urgente? não, então vai ler o jornal.
lido o jornal.
responder e-mails.
olhar a pauta da criação.
passar pit's, liberar peças, reuniões, resolver bronca, ganhar dinheiro.
meio-dia. hora de filar o almoço da sogra e aproveitar o tempinho pra curtir o namorado um pouquinho. poucas são as pessoas que tem um oásis desse no meio do dia.
descansa 40 minutos.
come um doce.
volta pra agência às 14h.
passar pit's, liberar peças, reuniões, resolver bronca, ganhar dinheiro.
sobrou espaço? dá uma olhada no orkut, conversa com alguém no msn, escreve no blog, faz um lanchinho, lê um capítulo de livro.
sai da agência às 19h pronta pra correr.
trânsito tranquilo. chega na jaqueira às 19h30.
corre 3 km, anda 2 km objetivando correr 6 km no futuro.
200 abdominais.
água de coco na saída ou abacaxi cortadinho.
deve ser umas 20h40.
chega em casa, 2 copos de água.
vai pro banho. começa gelado pra refrescar e termina quente pra relaxar.
põe aquela camisola velha.
21h10.
come uma fruta, toma uma sopa, coisinha leve.
deita no sofá da sala. é o momento familiar.
conversa, conversa, conversa.
brinca com a gata.
22h.
checa os 4 e-mails: hotmail, gmail, yahoo, agência. algum e-mail novo? responde se for o caso.
uol e jc online pra saber o que aconteceu durante o dia.
baixa músicas novas, grava um CD.
dá um boa noite a gustavo.
rituais noturnos de beleza.
23h30
uma lida num capítulo do livro.
ajusta o alarme.
sono profundo.

au revoir,
Cata S.

segunda-feira, 17 de março de 2008

catando auto-análise

tem uma comunidade no orkut "hoje eu acordei meio literário".
descrição: pra quem nem sempre acorda com o desejo de ler, e sim de ser lido.
9.531 membros. um deles sou eu.

é muito raro eu acordar com o desejo de ler.
mas a cabeça fumaça no desejo de escrever e ser lida.
vou fazer uma auto-análise. tentar descobrir o porquê disso.

acho que o primeiro motivo é ser eterna.
depois que eu passar dessa pra melhor, poderei continuar a falar com as pessoas sem precisar de sessão espírita.
espero que não tirem meu blog do ar depois que ficar inativo ou que algum fã meu publique os posts num livro.
podem chamar de "cata coisas, o livro dos posts, da póstuma cata". (ok, forcei.)

segundo motivo: nunca fui tagarela.
falar com a boca pra mim é tarefa, muitas vezes, obrigatória.
sei lá se por preguiça, por chatice, pelo medo de falar merda. ou por tudo isso.
nas escritas, encontrei minha forma de interagir.
de me expor.

terceiro motivo: a auto-análise.
isso aqui é um diário. sem um pingo de privacidade, mas é um diário.
aqui organizo as idéias, formalizo minhas teorias, me convenço de algumas coisas.
escrevendo eu ponho pra fora o que estava lá nas profundezas das entranhas.
eu descubro coisas em mim mesma nunca antes catadas.

poderia dar um quarto, um quinto, um trigésimo motivo pra sentir prazer em ser lida.
mas os motivos não importam muito.
o que importa é que isso aqui é, de fato, uma terapia pra mim.
depois do catacoisas, passei a catar as coisas. se é que me entendem.
simples né? adquiri o hábito. gostei.
olho pra um poste e penso 'cara, isso daria um post'. (ok, forcei de novo.)

melhor eu ir.

au revoir,
Cata S.

catando cura

é incrível como nosso bem estar e bom humor é capaz de morrer por causa de uma mísera afta de 2,5 milímetros de diâmetro.
necessidades básicas e prazerosas como comer, beber, beijar, rir, falar, dormir se tornam um suplício.
solução? oncilom, bicarbonato de sódio, sal, eno, pasta de dente, albocresil, mijo, meditação.
não, nada disso funciona.
não descobriram a cura da afta ainda.
são 5 dias de boca mole.
haja paciência.

au revoir,
Cata S.

sexta-feira, 14 de março de 2008

catando dúvidas

por que o céu é azul?
los hermanos voltará a tocar um dia?
por que o simancol está sempre em falta nas farmácias?
por que rodrigo maia não arruma uma namorada?
por que os filhotes de animais crescem?
qual o grande mistério da ilha de lost?
quando os guns n' roses vão lançar o chinese democracy?
como naná bandeira, mesmo não sendo uma ostra, consegue soltar tantas pérolas?
por que fazer regime é impossível?
como gyselle do big brother consegue passar 7 dias sem lavar o cabelo em rede nacional?
como é que liv tyler saiu de steven tyler?
por que tantos seres humanos sem cérebro conseguem sobreviver?
por que tantos seres humanos sem coração conseguem sobreviver?
por que pra cada escolha tem que ter uma renúncia?
por que a tampa da margarina sempre cai com o lado de baixo no chão?
existe casal mais bizarro que xuxa e marlene matos?
por que o cebolinha xinga a mônica de baixinha se eles são da mesma altura?
por que não existe danoninho 500 gramas?

como gustavo krüger consegue ser provido de tanta beleza?
se o homem pisou na lua em 1969, por que quase 40 anos depois o fato não se repetiu?

como padre marcelo rossi consegue ser o artista brasileiro que mais vende discos?
se o superman é tão inteligente, porque usa a cueca por fora da calça?

por que os flintstones comemoravam o natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
o que significa o F escondido nos rótulos de cerveja?
por que que quando a pilha está fraca, a gente aperta mais forte o botão do controle remoto?

quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
alguém me responde?

tá bom, já tem pergunta o suficiente pra vocês terem o que fazer o resto do ano.

au revoir,
Cata S.

quarta-feira, 12 de março de 2008

catando diferenças

o que é diferente sempre me atraiu muito.
tudo o que é minoria, único, exótico, incomum, alternativo, inédito, démodé, polêmico, discordante.
a maioria me estranha, fazer o quê?
afirmo que melhor seria o mundo se cada um fosse seu próprio mundo (e se preocupasse somente com ele).
mas os pré-conceitos foram criados, aí pronto.
as pessoas perderam o senso de beleza da diversidade, e aponta a dedo sujo 'isso é feio', 'isso é bonito', 'isso é certo', 'isso é errado'.
a maioria dita. só que tudo que é ditado pela maioria cai na breguisse.
e brega eu, mon amour? jamé.

pode parecer discurso de gente do contra. mas é uma questão de atração mesmo.
porque o diferente abusa da inteligência das pessoas.
para entender, é preciso haver o refinamento dos sentidos.
privilégio de uma minoria que não foi contaminada pelos ditados da massa.

vou continuar a ser atraída pelo o que a maioria dispensa.
gatos persas traiçoeiros.
o ballet clássico e sonolento.
roupas estilo minha-avó-usou.
cabelo curto e mal cortado.
corpos magricelos e pálidos.
festa estranha com gente esquisita.
biquini tipo sungão.
a chatice irônica de uns.
a antipatia pontual de outros.
xadrez vich estilo toalha de pizzaria.
broches enormes.
filmes a la Lars Von Trier.
músicas nunca tocadas nas rádios.

e assim, dia após dia, vou perdendo minha popularidade entre a maioria.
com muito prazer.
tenho mesmo pavor à multidão.

au revoir,
Cata S.

ps: a praga jogada no último post ainda está vingando.

quinta-feira, 6 de março de 2008

catando comentários

o catacoisas é carente.
o pior é que eu sei que muita gente lê.
mas que graça tem as coisas sem feedback?

vou jogar uma praga: quem lê esse post e não comentá-lo em 7 segundos será perseguido pelo abominável catador de criaturas sem opinião formada.

au revoir,
Cata S.

terça-feira, 4 de março de 2008

catando comunidades

taí uma coisa que eu gosto de fazer nos momentos de ócio.
catar comunidades no orkut.
é um hábito saudável que estimula a criatividade e a auto-identificação.
como são muitas, só vou mostrar as que eu descobri hoje.

"fica com deus"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25089072

"e eu que fui emo?"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=42705600

"cheleader"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22765066

"porque nem sempre"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=23009957

"ih, foi mal a minha é federal!" (não é a que vocês estão pensando)
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25896911

"bulimia sexual"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=50294786

"o papa é BOPE"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39723709

"a farsa dos álbuns cult"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=44179958

"meu nome não é johnny bravo"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=45250693

"típico sarcasmo de reveillon"
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=45937330

tá bom né? nem to tão no ócio assim.

au revoir,
Cata S.