segunda-feira, 23 de março de 2009

catando o fim de semana

to aqui pra desabafar sobre o fim de semana de emoções que tive no rio de janeiro.
pra começar, no primeiro dia fui andar de bike com gustavo (os dois na mesma bike) e, como já era de se esperar, capotamos no caminho à praia.
senti a tensão de estar numa bicicleta desgovernada.
senti o desespero ao pensar "pronto. quebrei a perna, não vou pro show!".
bem, não sendo tão azarada, veio o saldo: um cotovelo ralado pra mim, e um dedão do pé sem a careca pra gustavo. nada de mais.
mas senti o ardor no cotovelo que há muito tempo não sentia. po, acho que na última vez que me ralei assim eu devia ter 11 anos.
e não esquecendo, senti aquela vergonha porque a queda foi digna de comercial de Gelol.
ok, vamos para o show.
depois da tensão, do desespero e do ardor no cotovelo, senti tristeza.
ao descer do metrô que dava pra praça da apoteose, escutamos os últimos acordes da "flor" (a sempre última música do show de los hermanos).
pois é, la vida es dura, nos abestalhamos, chegamos tarde e perdemos o show.
"mas espera. quantos shows de los hermanos você já viu Catarina?" - pensei.
5, 10, 15? já foram tantos nessa vida.
senti esperança naquele momento e pensei "eles vão voltar, ainda verei muito os hermanos no chevrolet hall".
lembrei que antes mesmo dos hermanos confirmarem presença nesse show, meu ingresso já estava comprado, afinal, eu tava ali pra ver radiohead.
senti a euforia do pré-show, senti a certeza de que eu iria ainda ser muito feliz naquele dia.
senti um pouco de impaciência durante o show de kraftwerk.
tava legal, divertidinho e tal, mas a ansiedade pra ver radiohead era o maior dos sentimentos naquele momento.
"vou aproveitar pra beber esquentar!" - pensei.
pra quê? senti foi raiva.
gente, sinceramente, um evento desse porte e só vendia água, refrigerante e cerveja.
né por nada não, mas se fosse em Recife, seria outro nível.
teria logo um super quiosque da Sminorff com drinks tropicais.
ah! e pra comer, você poderia se satisfazer com uns ambulantes que vendiam cachorro-quente-gelado ou optar por um hamburguer remoso.
para saudar a burrice dos organizadores, não dei R$1 sequer pra eles e quase morri seca!
acaba kraftwerk, entram os roadies de radiohead no palco e começam a armar a produção, aumentando mais e mais a ansiedade. é daqui a pouco.
fomos chegando mais e mais perto, tentando conseguir o melhor lugar possível pra ver o palco.
pro meu azar, meu namorado tava com o pé dodói e não poderíamos cheirar palco pra não pisotearem.
mas a apoteose estava tranquila, com bem menos pessoas do que surportaria.
apagam-se as luzes, começa 15 step e daí, entrei em transe.
só queria chegar mais perto, sentir mais.
radiohead é sentimento, sinestesia.
é uma banda que tem um vocalista esquizofrênico e depressivo, que vive num mundo de emoções e que estava lá delirado, delirando a platéia.
todas as músicas foram lindamente interpretadas.
eles foram generosos em tocar alguns clássicos.
mas independente, o In Rainbows é um disco que por si só já valia o ingresso.
foi lindo, chorei.
acabou Creep e comecei a sentir a depressão pós-show que tá durando até agora.
como se não bastasse as emoções, fui voar de asa delta no dia seguinte.
foi lindo, chorei, parte 2.
dá um medinho antes sim, mas quando você tá lá no ar, o mundo pára e só tem você, o instrutor e Deus.
um visual incomparável.
silêncio absoluto, uma paz inenarrável.
pois é.
esse fim de semana deixou marcas.
na memória, no coração e no cotovelo.
rio de janeiro sempre é foda do caralho!

pronto, catei.
Cata S.

Um comentário:

Robi disse...

Cata...diga se não é emocionante voar!!!
Amei tb.
E quanto aos Hermanos... sem comentários!
;)
Beijos!