quinta-feira, 27 de março de 2008

catando sonhos

já sonhei em ser paquita, astrônoma, patinadora artística (no gelo), atriz, atleta de nado sincronizado e backing vocal dos guns n' roses.
até eu aprender o sentido do sonhar, posso dizer que fui uma criança frustrada.

aos 12 anos mais ou menos, vendo meu irmão tocar, aprendi a soltar um som no violão.
até música compus nessa época.
decidi. vou ser cantora e compositora.
mas minha voz deixava a desejar e meus dedos eram pequenos demais pra fazer pestana.

aí comecei a dançar. pronto. me achei.
quero ser bailarina forever and ever, amém.
ballet clássico ou dança irlandesa?
se forma no primeiro e se especializa no segundo.
mas... vai que meu joelho me decepciona. e depois de velha?
tinha que fazer alguma faculdade de garantia.
(na verdade verdadeira, não iria esfaquear meus pais e dizer: "pai, mãe, vou largar os estudos e ser bailarina!"). cheguei perto. mas faltou a coragem.

na lista de cursos, escolhi publicidade. é legal. quase uma brincadeira.
comecei a faculdade.
quero ser diretora de arte.
não, redatora é que é massa.
cheguei na cadeira de mídia. GRP, target, alcance, frequência.
po, massa. ser mídia ia ser uma boa.
nessa época já estagiava em atendimento.
a idéia de ser dona dos argumentos, de centralizar tudo, legal.
permaneci e fui (sou) feliz.
foi quando ganhei meu primeiro $ por próprio suor e tomei um gosto especial pela coisa.
me formei sem perder uma cadeira sequer.

antes de se formar, já rolava a idéia entre colegas de turma: vamos abrir uma agência juntas?
pronto. além de publicitária, me tornei empresária.
o bônus: ser autônoma e chefe de si mesma.
o ônus: lidar com burocracias.
aprendi coisas como contrato social, folha de pagamento, balanço contábil, tributos.
aprendi a admitir e demitir pessoal.
aprendi a lidar com mais um sócio: o governo.
aprendi a pensar em missão, visão e valores.
foi quando eu descobri o prazer de um sonho que deixa de ser sonho e passa a ser realidade.

esqueci de contar que minha mãe costura.
eu a via transformando metros e metros de panos em roupas. era mágico!
pensei: posso fazer o que eu quiser!
é só ir ali nas casas zé araújo, ver as estampas, imaginar o modelo.
bem que eu poderia deixar tudo e ser estilista.
cá entre nós, já foram dezenas de peças lindas de morrer.
adoro quando perguntam: onde você comprou esse vestido lindo?
toda metida, eu respondo: "eu que fiz". he he

de 1 ano pra cá, sem tempo pra dançar, aprendi que correr é maravilhoso.
qualquer hora, qualquer lugar, põe o tênis e vai, vai, vai, morre, caminha, vai, vai.
pensamento voa longe.
tá, tá bom. não é tão prazeroso como o plié.
mas também faz perder calorias e tonifica pernas, bumbum e barriga.

de 5 meses pra cá descobri o prazer de ser uma blogger.
se me deixar aqui não paro.
é o prazer de ser lida.
e fala sério, tenho um certo talento vai? (senão, você não teria lido até aqui).

onde eu quero chegar?
descubram novos prazeres.
ou pelo menos, descubram o prazer de sonhar.
o que realizar é lucro.

au revoir,
Cata S.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda sonho em um dia ver você pregar ao menos um botão sem furar o dedinho.
Amo teu blog. Continue sonhando e nos alimentando com suas palavras.
Quem sabe um dia... nos tornamos sócias em uma confecção? Cataveste? Catacria? Cata Souto? Carmemcata?

Vamos sonhando e criando.

Te amo

Mainha