quinta-feira, 23 de julho de 2009

catando carência

acho que o mal do mundo inteiro pode se resumir à carência. (amo hipérboles mais que tudo).

por exemplo, quando você está só e ai bate a dita cuja.
seja pra ter ao lado um amigo pra encher tua bola, ou na pior das hipóteses, um alguém pra dar uns beijinhos de boca.
o problema todo é que não é apenas uma vontade disso. é uma necessidade.
então, você é capaz de coisas horrorosas pra conseguir isso.
nas horas de carência, um botão que até então estava travado é ativado.
este botão chama-se 'apelação'.
a apelação é o recurso que você utiliza pra sensibilizar a companhia desejada.
então, você é capaz de ligar pra sua amiga que já tinha a depilação agendada, e faz ela mudar totalmente de roteiro porque você não consegue escolher sozinha o look que vai usar na festa de 1 ano do priminho e pre-ci-sa de uma segunda opinião.
essa mesma carência te faz ligar numa terça-feira à noite pro menino que prometeu-te-ligar-e-nem-tchum pra dizer que tá passando uma entrevista sobre alimentos orgânicos no superpop.

pelo perfil do orkut podemos pinçar pessoas irritantemente carentes.
alguns sintomas:
primeiro, é um show de narcisismo.
todo dia, o álbum da criatura é atualizado com fotos solitárias do tipo "veja como eu sou lindo(a)" (nas entrelinhas, podemos ler um pedido choroso de "comenta na minha foto vai").
geralmente essas pessoas enviam depoimentos para as pessoas com quem já trocaram mais de 2 scraps. tudo pra ter uma resposta: "você também é o máximo".

mas porque a carência é o mal do mundo?
vou dizer.
a carência anda lado a lado com o egoísmo, com o ciúme, e do ciúme vem a inveja, a inveja parte pra destruição.
ser carente confunde necessidade de se auto-afirmar com vontade de estar em companhia de alguém (a solidão).
você usa outras pessoas pra se sentir legal, bonito e aceito.
geralmente, os carentes camuflam sua maldade se doando demais às pessoas, mas tudo isso porque espera receber um retorno 2 vezes maior.
nada do que o carente faz pelos outros é gratuito ou altruísta.
infelizmente, todo mundo tem seus momentos de carência.
eu tenho os meus.
e sou muito mal quando estou carente.
eu apelo mesmo, quero nem saber.

pronto, catei.
Cata S.

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